quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

As faces
Do mundo

quero descrever as faces do mundo
em alguns poucos segundos
dizer que tudo é muito belo
mas que ao bater do martelo
é uma sentença decretada
eu varo sonhando as madrugadas

e quantas onças pintadas
topei pelos caminhos truncados
hoje sou um velho alquebrado
mas sem nunca baixar a crista
como um descendente guarani
e sabendo que logo ali
não tem pra eu fera que resista

nasci nas trincheiras da guerra
por dentre o campo e a serra
domando potro selvagem
não uso pirse ou tatuagem
vou morrer de lombo liso
conheço bem o chão que piso

sou tronco mal falquejado
porem vivo enrabichado
por um tal rabo de saia
mui cedo caí na gandaia
pra essas cousas sou um fraco
esse tal bicho mulher
que me arrasta prum canto qualquer
e por isso hoje sou um triste caco.

Escrito em 13/02/2009 por
Vainer de ávila

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