sábado, 29 de fevereiro de 2020

QUATRO PAREDES


Quatro paredes à minha volta
O meu cabelo se solta
Quase arrastando no chão
Tenho andado tristonho
Mergulhado num eterno sonho
Cozido com molho de paixão

Sou matuto e vira latas
Na minha frente as mulatas
Do carnaval de todo o dia
Minha viola não para
Porem a vida é muito cara
Compensada na alegria

Que entre o pandeiro e tamborim
Quero um sorriso pra mim
Dessa mulata assanhada
Rebolando na minha frente
O coração pula e sente
Acho que vou dar uma sambada!

Escrito as 10:57 hrs., de 29/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

O BATOM VERMELHO


Se o sistema tá lento
Então eu invento
Um jeitinho qualquer
Olho para o espelho
E vejo o batom vermelho
De uma linda mulher

Por gentileza quem seria
Alguém que veio da serraria
Um bairro daqui de perto
Pisando o tapete vermelho
A moça que apareceu no espelho
Veio me visitar por certo

É o enlace que inda não deu
Mas o bom senso percebeu
Que é coisa para acontecer
Estou feliz pra mais da conta
É o destino que aponta
E dessa vez eu pago pra ver!

Escrito as 10:02 hrs., de 29/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

NO TREM DAS ONZE


Ao manejo do meu braço
Eu escrevo com um pedaço
De uma brasa apagada
Na parede do meu quarto
E no outro dia eu parto
Com a passagem reservada

No trem das onze horas
Onde viajam muitas senhoras
Com destino a jaçanã
Que se eu perder esse trem
Hoje outro não tem
Só amanhã de manhã

E além disso senhora
A solidão não ignora
Que o dinheiro acabou
Só posso ir no passo
Acontece que estou descalço
E minha calça já rasgou!

Escrito as 17:47 hrs., de 28/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

O SERESTEIRO DA SAUDADE


O seresteiro da saudade sou eu
Esse título quem me deu
Uma coisa chamada destino
Que carrego sempre no peito
E que dentro de mim não tem jeito
Acho-me um sujeito faro fino

Violeiro contratado pela lua
Essa moça que se apresenta nua
E quando amanhece se esconde
Seria a lua cor de prata
Bela madame mulata
Que se mostra e não responde

Bela luna amore mio
Quero pegá-la no cio
Pra fazer amor com ela
Estou falando da lua
Toda linda e toda nua
Me responde morena bela!

Escrito as 13:56 hrs., de 28/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

PARA ONDE VAI ESSE TREM


O que eu faço agora
Com licença senhora
Posso sentar ao seu lado
Para onde vai esse trem?
Dinheiro no bolso, não tem
Sou um pobre pinto pelado

Vivendo assim sem eira
Como também sem beira
Só comendo o pó da estrada
E tocando minha viola
Pouca gente me dá bola
Estou com a vida lascada

Seja lá o que Deus quiser
A malvada da minha mulher
Me mandou catar coquinhos
Sou traste veio inferrujado
Enxugo meu pranto chorado
Para implorar seus carinhos!

Escrito as 10:50 hrs., de 28/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

CANETA PENA DE GANSO


Preciso de concentração
Pisando firme no chão
Senti falta da pena
E também do meu tinteiro
Escrever o dia inteiro
Formando apenas um poema

Caneta pena de ganso
Se tenho cara de tanso
Talvez o próprio eu seja
Quero estar sentado na praça
E declamando de graça
E que tu por lá esteja

Para o ouvir o meu poema
Que retrata a morena
Aquela das ancas maduras
Que saiu de uma ninhada delas
E que dali são todas mui belas
Criadas a caldo da rapaduras!

Escrito as 16:13 hrs., de 26/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

COM O BARBEIRO DE SEVILHA


Tô chegando no pedaço
Tal qual um bagaço
De tão cansado que estou
A procura de um ombro amigo
Pra aliviar meu vil castigo
Porque o mundo desabou

Inteiramente em cima de mim
O meu florido jardim
Com suas flores murchando
Chorando de saudade
Pelos raios da maldade
Em cima de mim despencando

A amada fugiu de mim
Foi mais ou menos assim
Com o barbeiro de Sevilha
A dureza daquela bela
Me deixou chorando na janela
E meu coração não mais brilha!

Escrito as 11:07 hrs., de 26/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

A LUZ DA MINHA VIDA


O que é que eu faço agora
Se chove lá fora
E o sol não apareceu
Floresceu a margarida
A luz da minha vida
Que outrora anoiteceu

Todo o dia amanhece
E o sol aparece
Para iluminar meu coração
A aurora da minha vida
Pra sempre amada e querida
Eu amo minha emoção

E a terra que me sustenta
Já tenho mais de quarenta
E o caminho pela metade
É o paraíso que me espera
Ao florescer da primavera
No reino da felicidade!


Escrito as 09:15 hrs., de 26/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

AO AMADURECER DA FRUTA


Encontro você na mata
Tomando banho na cascata
Do jeito que veio ao mundo
Mais linda do que a sereia
Foi quando me deu na teia
Mergulhei e fui fundo

Para chegar onde tu estavas
Que sorrindo me olhavas
Num mergulho voltei sem mágoas
Chegando perto do teu corpo
Me envolvi nesse conforto
Com a santa bênção das águas

Santa mesmo era você
Que um dia na tevê
Desfilando na Portela
A cada dia que passa
Mais a saudade me abraça
E você amadurece tão bela!

Escrito as 16:00 hrs., em ponto do dia 25/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

E PORQUE NÃO?


Faltando dois para as três
Um calor imenso se fez
Na terça feira de carnaval
Bate uma sede danada
Bela tarde ensolarada
Mas no céu tem um nuvial

Pode ser que caia chuva
A seca prejudicou a uva
E também o feijão do tarde
A tempo que não chove
Tem sorvete, sirva e prove
A pimenta do reino arde

Não é hora de pastel
Mas de um chá com queijo e mel
Eu pergunto e porque não?
Tem água fresca na geladeira
Vamos descansar a tarde inteira
Eu quero manteiga no pão!

Escrito as 15:05 hrs., de 25/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

RETALHOS DE SAUDADE


Daqui a pouco eu vou comer
Mas agora quero cozer
Uns retalhos de saudade
E o meu coração migra
Lá para o beco da tigra
Que onde mora a maldade

Daquela bicha malvada
Não é minha essa estrada
Saio fora o quanto antes
Eu amanheci meio perdido
Foi meu sono mal dormido
Já não sou como era antes

Estou ficando velho e fraco
Que já não passo de um caco
Só presto pra fazer poema
E serenata na madrugada
Na janela da bem amada
Uma bela tigresa morena!

Escrito as 11:09 hrs., de 25/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

ENQUANTO ROLA O CARNÁ


Enquanto rola o carná
Aqui do lado de cá
Eu só curtindo o dia
Passarinhos voando por cima
E eu na confecção da rima
Faço poemas de alegria

Por toda a nossa existência
Num mundo sem violência
Nem assalto a mão armada
Isso por aqui não existe
Porque a felicidade persiste
É a humanidade muito amada

Eu falo do que não me engano
A educação do ser humano
Cada um entrega uma flor
Na mão macia da mulher
Isso é tudo o que se quer
É aqui que mora o amor!

Escrito as 10:11 hrs., de 25/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

O BLOCO DA ALEGRIA


Se meu bloco vai pra rua
Com as luzes da minha lua
Sim porque sou noivo dela
Quero me divertir bastante
Meu povo, vamos avante
Que a noite é muito bela

Quero saracotear como um louco
Namorar e beijar um pouco
Porque tudo vale à pena
Antes das cinzas da quarta
É hoje que a tristeza enfarta
E a alegria dá um poema

Num mar de inspiração
Nasce o amor e a paixão
Bela festança querida
Aí vai meu bloco pra rua
Eu sou namorado da lua
Ela é a paixão da minha vida!

Escrito as 20:55 hrs., de 24/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

NA HORA DA VONTADE


Eu voo e passo por cima
Ou então te encontro na esquina
Na hora da minha vontade
Não consigo ver você
Sentada olhando tevê
E curtindo a sua vaidade

Vaidosa tem que ser
Mais isso não dá prazer
É só uma vontade repentina
Tome uns goles d’água
E afogue suas mágoas
Quando estiver na latrina

Tu moras do lado de lá
Na Capital Bogotá
Sua colombiana arretada
Te quero no meu coração
Para afogar a paixão
Te tratando de minha amada!

Escrito as 16:08 hrs., de 24/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

VOCÊ CHAGANDO TÃO LINDA


Eu ouço vozes no ar
Penso em espalhar
O tapete vermelho
Você chegando toda linda
Com aquele sorriso e ainda
Na boca o batom vermelho

Pode vim pode chegar
Que estou a te esperar
Saudade bate no peito
Lagrimas indo ao chão
É tudo amor e paixão
Me derreto e não tem jeito

Eu por ti fico sem chão
E o meu pobre coração
Querendo sair pela boca
Ainda mais nesse calor
Hoje te quero fazer amor
Com aquela vontade tão louca!

Escrito as 14:44 hrs., de 24/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

O MEU BLOCO


Vai te embora calor
Porque se não o meu amor
Irá acabar se derretendo
A paixão pela colombina
Quando penso o queixo empina
E eu vou terminar entrando

Nessa festa pra valer
Tá calor de derreter
Tanto suor de meu semblante
A bateria que não para
E a alegria é coisa rara
O meu bloco vai avante

A bela turma do pagode
E a morena se sacode
Com a bundinha empinada
Me convidando ao combate
Então a vontade me bate
Vou mostrar minha sapateada!

Escrito as 13:51 hrs., de 24/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

EMBRIAGADO DE PAIXÃO


Eu não sei mais o que faço
Não consigo acertar o paço
Ando cambaleando estrada a fora
Um pedaço de bambu na mão
E na outra o meu violão
Faço serenata ao romper da aurora

Na janela daquela princesa
A rainha da nobre beleza
Que partiu meu coração
Não consigo viver sem ela
Uma morena cor de canela
Vivo embriagado de paixão

E também da birita
Porque uma moça bonita
Se jogou na minha frente
Tão doce como um merengue
Mas é toda cheia de dengue
De perturbar a cabeça da gente!

Escrito as 21:03 hrs., de 21/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

CARNAVAL DE MINHA PAIXÃO


O carnaval chegando
E o povo se preparando
Pra sorrir de peito aberto
Na avenida ou no salão
Todos fantasiados da paixão
E entoando de peito aberto

Na maior festa mundial
As marchas de carnaval
Com pierrô e colombina
No Brasil de ponta à ponta
No fim do mês vem a conta
E é quando o dinheiro termina

E a coisa fica preta
Sai pra lá seu capeta
Minha escola vai ganhar
É cantar de perder a fala
Eu quero sair de mestre sala
A globo vai nos filmar!

Escrito as 16:54 hrs., de 21/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

O NOME DA FELICIDADE


Eu nem sei o que falar
Seria melhor me calar
Mas tenho um bicho carpinteiro
Não consigo ficar quieto
Cá pra nós é papo reto
Eu minto o tempo inteiro

E as vezes falo a verdade
O nome da felicidade
É viajar ao paraíso
Da deusa da minha vida
Estou procurando uma saída
Sumir logo eu preciso

Seja lá o que Deus quiser
Minha deusa é mulher
E eu sou homem sim senhor
Vou para um sarau de poesia
Ao encontro da harmonia
Deixa eu acelerar por favor!

Escrito as 14:46 hrs., de 21/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

BOLOS E MEDALHAS


São dez praz onze
Ganhei medalha de bronze
Com um prato de bolo
Que fui eu mesmo que fiz
Fiquei muito feliz
Com o prêmio de consolo

Mas no concurso seguinte
Fiz tudo no maior requinte
Talentoso qual um touro
Outro prato de bolos fritos
Que ficaram tão bonitos
Ganhei medalha de ouro

Mas agora aposentado
Deixei tudo de lado
Em minha herança romanesca
E nessa vida muito louca
Só quero beijinho na boca
Muita sombra e água fresca!

Escrito as 10:59 hrs., de 21/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

DA TERRA DO QUIBE


Dez para as quatro da tarde
Calor do inferno que arde
O avião se prepara pra pousar
Numa cidadela de Cuba
Tivemos uma escala em Aruba
Tenho negócios pra realizar

América central e Caribe
Decolei da terra do quibe
Onde enamorei de uma turca
Numa mansão de Istambul
Aquela loira dos lados do sul
Não quis desfazer da burca

E morar no bairro Bom Jesus
Sobrou o poema que compus
Sentado numa asa do avião
Sou um poeta de muito brilho
Desembarcando no Salgado Filho
A turca desembarcou no Afeganistão!

Escrito as 16:05 hrs., de 19/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

POESIA COM CHÁ


Eu gosto de poesia com chá
Retiro meu chapéu panamá
E tomo um gole de solidão
Vendo a fumaça do chá de flor
Escrevendo a palavra amor
E aí eu me borro de paixão

Pela moça do caixa do mercado
Com belo sorriso marcado
De alguém que debocha de mim
À, esse chá com cravo e canela
Parece que vejo a bela
Um dia dizendo um sim

Ao abrir as portas do amor
Pois a solidão causa dor
Seria a dor da saudade
De quem está no meu caderno
E o grande amor é eterno
É pra durar pra eternidade!

Escrito as 16:18 hrs., de 18/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

ATRAVESSAR O MAR DE CANOA


Meu café leva adoçante
Nessa tarefa maçante
De nascer pra trabalhar
Não vim ao mundo a serviço
E detesto compromisso
Meu negócio é viajar

Sentir o cheiro da guerra
Em Portugal ou Inglaterra
Japão ou Costa Rica
Levando a vida numa boa
Atravessar o mar de canoa
Logo depois da Martinica

Eu quero andar de sandália
Pelos solos da Itália
Aonde o pensamento alcance
No meu carro cor violeta
Na Verona de Romeu e Julieta
E viver meu próprio romance!

Escrito as 15:01 hrs., de 18/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

O BULE DA SAUDADE


Enchi o bule da saudade
De um chá de felicidade
Com as folhas do sereno
Na cidade do amanhecer
Por volta do alvorecer
Para sentir meu dever pleno

Eu decolei da Cracóvia
Com destino a Varsóvia
Uma escala em Amsterdã
A noite inteira sobrevoando
Enquanto eu ia planejando
Te visitar pela manhã

Num barzinho de Paris
Então o que foi que eu fiz
Paquerei a aeromoça
Arrastando fora do avião
Que presa ao meu coração
Fomos morar em Saragossa!

Escrito as 17:09 hrs., de 17/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

SEGUNDA FEIRA NEM PENSAR


Ao trabalho de segunda
A preguiça se inunda
E o corpo fica fraco
Vontade de não fazer nada
Pensando na antiga namorada
É aí que me sinto um caco

Só trabalho na quarta
Eu quero é jogar carta
E navegar no face book
Se quando tem trabalho
Faço que me atrapalho
Invento qualquer truque

Pego a vara e vou pescar
Ou na praça namorar
Dedilhando minha viola
Numa bela de uma canção
Pronto pra dar atenção
Se alguma mulher me der bola!

Escrito as 08:48 hrs., de 17/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

domingo, 16 de fevereiro de 2020

LUA , MENINA LINDA


Sempre avançando a vida
Cada vez mais amada e querida
Vivendo assim de pé espalhado
Como quem não quer nada
Olhando para a namorada
E deveras apaixonado

Pela lua que me ilumina
Como é linda essa menina
Com a luz que Deus lhe deu
E ela clareia o meu ser
Assim vale à pena viver
Ninguém é feliz como eu

Eterno namorado da lua
Me deixo largado na rua
Fazendo serenata pra ela
Que pra mim é um poema
Amo demais essa morena
De todas as fêmeas a mais bela!

Escrito as 22:46 hrs., de 16/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila


A GATA MAJU


Falando da gata deitada
Simplesmente largada
No meu gabinete
Em cima da minha mesa
Ela é toda uma beleza
Que sempre mia em falsete

O nome da gata é Maju
Pois poderia ser Biju
Mas não é a Maju Coutinho
A gata que não é minha
Eu a roubei da vizinha
E a trato com todo o carinho

Dando água e boa ração
Acalma a minha solidão
Coisa mais linda do titiu
Essa gata da vizinha
Que está deitadinha
Sem ao menos fazer miu mil!

Escrito as 21:16 hrs., de 16/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sábado, 15 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CALIENTE


Desliga a televisão
Eu não quero confusão
Na hora de fazer poesia
O ventilador à mil
Eu sou do país Brasil
Onde tem a fuleria

Do carnaval caliente
Onde até o sangue sente
Que a festa bota pra cima
O negócio é soltar a franga
A mulher veste uma tanga
E o homem entra no clima

Quase como se fosse um jogo
Então a coisa pega fogo
Na avenida ou no salão
E tem o carnaval de beco
As escolas no Porto Seco
Todo mundo na animação!

Escrito as 10:11 hrs., de 15/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

O AMARGO DA SOLIDÃO


Eu quero escrever algo
Falando talvez do amargo
O fel na ponta da língua
A gente morre de solidão
E eu digo, haja coração
Por nada não morre à míngua

Meu coração vive tapera
Só abre as portas na primavera
Ou na chegada do outono
Que nem um cão vira latas
Ao cabresto das mulatas
Só pra não viver ao abandono

Eu sou esse pobre cão
Mendigando um pedaço de pão
E latas vazias de cerveja
A culpa é da moça da padaria
Que não me querendo me judia
Ao negar-me um abraço e um beijo!

Escrito as 15:50 hrs., de 14/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

ALUCINASONO



Hoje já é dia de quinta
Se o sono não pinta
Eu não consigo sonhar
Mas se o sono for brabo
Então eu acabo
De acordar

Sem que tenha dormido
Eu ouço o gemido
Vindos de outro mundo
De além imaginação
Estou tendo alucinação
E o caso é bem profundo

Será falta de remédio
A vida é um tédio
A palavra é discreta
Voltarei a dormir
Então eu preciso ir
Seguindo direitinho a seta!

Escrito as 01:06 hrs., de 13/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

MÚSICA INTERESSANTE


Mas que música interessante
Parece azul como diamante
Embora não tenha cor
Sim eu ouço com zelos
Ela arrepia os meus cabelos
Isso deve ser amor

Os raios de músicas no ar
E minha mente a flutuar
No espaço e nas águas
Eu posso estar triste
Mas melancolia não existe
Mando embora minhas mágoas

Para o raio que os parta
Pois hoje é dia de quarta
Em pleno mês de fevereiro
O belo fim de uma era
O carnaval nos espera
Em pleno Rio de Janeiro!

Escrito as 10:53 hrs., de 12/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

A NOSSA CAPITAL


Agora é na capital
Temos nossa praia fluvial
E por falar em praia
É na cidade baixa
Que a coisa se encaixa
E a gente cai na gandaia

Tem a Rua dos Andradas
Tem morenas arretadas
E loiras de cair o queixo
Tem o Parque da Redenção
E também tem o Parcão
É por lá que me deixo

Andar de pedalinhos no lago
Recordação sempre trago
Da Porto Alegre Quintana
Rua da Praia que não tem praia
Eu moro no Parque dos Maia
O por do nosso sol é bacana!

Escrito as 09:44 hrs., de 12/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

E COMO NÃO FAZER POESIA


E como não fazer poesia
Dar corda na nostalgia
Como nos tempos da vitrola
Até as flores gostam
E as mulheres se encostam
Para ouvir o som da viola

De outras civilizações
O mundo sempre teve canções
Não é meu amigo Beethoven?
Que está aí do outro lado
Que tens o ouvido afinado
E os anjos de longe ouvem

Dá para chorar ao travesseiro
Ou sorrir o tempo inteiro
O banco não aceita choro
Dizer não ao namorado
Fica meio desajeitado
Dizer um sim representa ouro!

Escrito as 17:51 hrs., de 11/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

domingo, 9 de fevereiro de 2020

E LÁ VOU EU


E lá vou eu
A noite passada choveu
Agora não chove mais
Eu aqui atrapalhado
Com os dedos no teclado
Fazer meus versos triviais

Domingo cinco e dez
O Grêmio toma o revés
Leva um gol do Aimoré
O goleiro estatelado
E eu de pé espalhado
Tomando um gole de café

Que é pra sentar o pelo
Passo a mão no meu cabelo
E dou um beijo na morena
Sorrindo aqui do lado
E volto os dedos ao teclado
Está pronto mais um poema!

Escrito as 17:19 hrs., de 09/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

DOMINGO A TARDE


E vamos domingar então
Desliga essa televisão
Pois temos que atirar os dados
Para ver quem está com sorte
Num vento de sul a norte
São os jogos bem jogados

Domingo a tarde no parque
Escolha um número e marque
Nos jogos da loteria
O tempo agora não chove
E o Fantástico é só as nove
Vou cair na correria

Para ir ver a namorada
Que me espera toda pintada
Sem sair da frente do espelho
Estará pronta a me esperar
Pra me mandar entrar
Pisando no tapete vermelho!

Escrito as 15:18 hrs., de 09/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sábado, 8 de fevereiro de 2020

SONHEI ESTAR NA COLINA


Quinze para as três da matina
Sonhei estar na colina
Naquele chalé misterioso
Eterno retiro espiritual
Eu o anjo da esfera universal
Muito autêntico e garboso

Foi um sonho que valeu a pena
Lanço mão da fina pena
Para criar essa poesia
De lá me larguei de paraquedas
Pousando sobre as pedras
Num belo sonho de utopia

Sou história e sou poema
Tendo a alma sempre serena
Ao fechar setenta e quatro
Agora eu quero ir
O sono matinal dormir
Depois de publicar o relato!

Escritos as 02:58 hrs., de 09/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

A FUMAÇA DO MEU CACHIMBO


Já tomei três litros d’água
Afoguei a minha mágoa
Em taça e meia de cachaça
Vou cambaleando pela estrada
Já com a vista embaçada
Só espalhando fumaça

Da chaminé do meu cachimbo
Lembrando que amanhã é domingo
E eu odeio ressaca
Hoje é meu aniversário
Não nasci pra ser otário
E não quero voltar na maca

Feito um teatino borracho
E sabe o que mais que eu acho
Eu vou continuar bebendo
Porque aquela me mandou embora
O miserê não me ignora
É o que está parecendo!

Escrito as 17:10 hrs., de 08/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

UM LIVRO ABERTO


E vamos logo a escrita
Que hoje tem mulher bonita
Na sacada do avião
Também no topo da esperança
Trago o sonho desde criança
Não ser tomado de paixão

Porque acho isso um horror
Quero quatro quilos de amor
Desses comprado a granel
Em lojas especializadas
Já cansei de namoradas
Aliança de noivado e anel

E tudo corre pelos dedos
Não sou de guardar segredos
Minha vida é um livro aberto
E abomino a guerra
Quando o amor descer a Terra
Eu quero estar por perto!

Escrito as 16:09 hrs., de 08/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

MIL DOSES DE PAIXÃO


Na expectativa que estou
Nada sobrou
A não ser a saudade
Foi num quarto de pensão
Foi desejo e foi paixão
Naquela distante cidade

No outro dia
Mal amanhecia
E eu sumi no aeroporto
Foram beijos do momento
Mas ficou o sentimento
De um corpo quase morto

Que quer repetir a dose
Beije, sussurre e goze
No mesmo quarto de pensão
Eu te peço, por favor
Mais uma dose de amor
E mil doses de paixão!

Escrito as 16:59 hrs., de 07/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

QUE CALOR!





Ai meu Deus que calor
Uma água por favor
Nem tanto se não me afogo
Meu amor por onde anda
Prepara um recado e me manda
Mas por favor, venha logo

Ausente dos carinhos teus
Teus olhos também são meus
E esse corpo me pertence
Traz a boquinha também
O resto aqui tudo tem
Somos o casal que vence

As peripécias da vida
Procure aí uma saída
Ligue o motor do vinte e nove
Já estou vendo a fumaça
Venha logo que a saudade passa
Disseram que hoje não chove!

Escrito as 15:29 hrs., de 07:02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

LARGANDO A SEMENTE


Vamos seguir em frente
Largando a semente
Na terra fértil do amor
Pintando o céu de azul
Tudo isso de norte a sul
Pra que brote o caule da flor

Compartilhando com a vida
É a sublime saída
Para uma Terra que valha a pena
Tudo dos pés à cabeça
E que a juventude cresça
Colhendo os frutos do poema

Na mata como na cidade
Do mundo da felicidade
É isso que quero viver
Lua cheia em cada país
Um povo muito mais feliz
E o amor em fim florescer!

Escrito as 09:17 hrs., de 06/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

O TREM DA PAIXÃO


O tempo passa de pressa
E eu vou indo nessa
O trem tá na estação
Mas já vai arrancar
Mandando fumaça pro ar
O céu é só escuridão

Me sento do lado direito
Coração bate no peito
Sentindo saudade dela
Que mora em outro país
Sua ausência me deixa infeliz
Quando não vejo aquela janela

Abrindo ao fundo do jardim
E ela sorrindo pra mim
Quando a toalha vai ao chão
Me mandando beijinho
Me chamando de benzinho
E eu queimando de paixão!

Escrito as 16:20 hrs., de 05/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila