sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

NO TREM DAS ONZE


Ao manejo do meu braço
Eu escrevo com um pedaço
De uma brasa apagada
Na parede do meu quarto
E no outro dia eu parto
Com a passagem reservada

No trem das onze horas
Onde viajam muitas senhoras
Com destino a jaçanã
Que se eu perder esse trem
Hoje outro não tem
Só amanhã de manhã

E além disso senhora
A solidão não ignora
Que o dinheiro acabou
Só posso ir no passo
Acontece que estou descalço
E minha calça já rasgou!

Escrito as 17:47 hrs., de 28/02/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

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