quinta-feira, 30 de abril de 2020

QUEM SOU EU


Quem sou eu
Alguém aí me concebeu
De onde eu vim
E pra onde vou
Algum ovo descascou
E o mundo me disse sim,

Alguém fala minha língua
Ou tenho que morrer a míngua
Ninguém diz nem sim nem não
Todo mundo se cala
Mas eu tenho o poder da fala
De baixo dos meus pés tem um chão

Quero comer, quero beber
Mas também quero saber
Se é aqui que vou morar
Preciso provar um tempero
Alguém que me dê seu cheiro
É aqui que eu quero ficar!

Escrito as 16:40 hrs., de 30/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

ARZINHO DAS COLINAS


Se o desejo me consome
Eu ponho meu nome
A serviço do prazer
Num prato de lasanha
Feijão, linguiça com banha
É tudo que tenho de comer

Essa morena da vassoura
Da perna roliça e moura
Está a aguçar os meus desejos
Para o deguste da entrada
Na sobremesa ou na sesteada
Que boca linda para uns beijos!

Eu sou homem e tu é mulher
Eu tenho o meu talher
Bom que tu nem imaginas
Queira me dar o que comer
Fico louco só em te ver
Tu, ó, meu arzinho das colinas!

Escrito as 09:55 hrs., de 30/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quarta-feira, 29 de abril de 2020

O CHÁ DAS QUATRO


São dezesseis e vinte e três
Mais uma tarde se fez
E o chá já está na mesa
Do palácio da rainha
A vida inteira foi minha
Faço parte da nobreza

Sou o anjo que veio de longe
Morar no palácio de Londres
Sou eu que faço o chá da velha
Acompanhada de duas empregadas
Todas elas mui amadas
Que são a Zulmira e a Amélia

Minhas fofas de dar com um pau
Que vieram lá de São Nicolau
E aprenderam falar inglês
Eu as trato com todo o zelo
Penteando as madeixas do cabelo
E pagando no fim do mês!

Escrito as 16:32 hrs., de 29/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

MAIS UMA


Já tem quatro e vai mais uma
Carrego culpa alguma
Sem medo de ser feliz
Enquanto a panela ferve
A moça da bandeja serve
Um arroz doce que eu fiz

Ainda levantando fumaça
Mas logo a quentura passa
Vou lamber os beiços com vontade
Um pouquinho para os lábios dela
Depois lamberemos a tigela
Meu deus quanta felicidade

Cada perna e cada olhar
É recomendado não pecar
Mas porque não um beijo
O olho da gente insiste
Pergunto, quem é que resiste
Suportar tanto desejo!

Escrito as 14:32 hrs., de 29/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

O CANTAR DA POMBA


Enquanto o feijão cozinha
Ouço o cantar da pombinha
Lá em cima no fio de luz
Ela canta uma canção que fiz
Na bela letra que diz
Que fui eu quem a compus

A pomba tomou banho e botou talco
E agora está no palco
Vestindo um conjunto rosa
De longe se sente o cheiro
De um perfume de frasco inteiro
Que deixa a pomba mais cheirosa

Depois eu converso com ela
É de fato muito bela
Eu a tirei pra dançar
E ela dança na minha cara
Enquanto a música não para
Nós dois ali a nos olhar!

Escrito as 09:53 hrs., de 29/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila


terça-feira, 28 de abril de 2020

NOVOS SONHOS


Agora são uma e dois
Logo depois
Volto dormir e sonhar
Em vinte e nove de abril
Se o corona vírus é vil
Teremos que eliminar

Mandar embora pro nada
Que deixe nossa madrugada
Livre de qualquer doença
E que a paz lá esteja
Eu tenho e sigo minha igreja
Jesus Cristo é minha crença

Então levantemos a cabeça
E antes que esse mal cresça
Vamos ficar em casa pensando
De que os males são medonhos
Vamos construir novos sonhos
E a humanidade segue andando!

Escrito as 01:08 hrs., de 29/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

DUAS E VINTE DA MADRUGADA



Duas e vinte da madrugada
De uma noite enluarada
A lua tá bem fininha
Digamos que a lua é nova
Eu nunca fui bom de trova
Meu negócio é o poeminha

Na Festa do Peixe papa terra
Lá no norte da Inglaterra
Ou em Arroio do Sal
No litoral norte gaúcho
Tem a feira do livro que é um luxo
E o livro é uma coisa universal

Eu faço livro de poemas
Falando bem das falenas
E da Eva mãe do mundo
Que virou a cabeça de Adão
Foi daí que nasceu a paixão
E o amor então foi profundo!

Escrito as 00:19 hrs., de 29/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

NOITE SORRIDENTE


A noite corre sorridente
Inspiração desce sobre a gente
Somos puxados à caneta
E o papel velho de pão
Onde a semente da inspiração
É recolhida pra gaveta

Eu não gosto de gaveta
Lá está a mão do capeta
Que esconde os escritos
Tudo sobre seu crivo
E não deixa ir pro livro
Isso podem ser mitos

Como podem ser verdade
As luzes dessa cidade
Clareiam o meu semblante
Na tela do computador
Eu planto a semente do amor
Para colher ouro ou diamante!

Escrito as 20:53 hrs., de 28/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

EU E AS SIRENAS


Cheguei tarde na poesia
No mar tem maresia
E também sereia encalhada
Na cipoama de Poço Fundo
Num certo lugar do mundo
E eu vou com minha ideia traçada

Pra desencalhar as sirenas
Trazê-las aos meus poemas
Numa taberna caribenha
Fim de tarde noite chegando
E eu ali matutando
Se tem onda alta que venha

A bichinha de rabo lindo
Que chegou ali se exibindo
Depois chegaram mais três
Quando a loucura expande
E aí a conta ficou grande
Deixei no gancho pro fim do mês!

Escrito as 16:30 hrs., de 28/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

segunda-feira, 27 de abril de 2020

OLHOS MORENOS


Agora são dezesseis e oito
Chá de ameixa com biscoito
E olhos morenos tristonhos
Quer chover mas não chove
A moça tem dezenove
E diz que é dada a bons sonhos

Nas noites enluaradas
Vamos varar madrugadas
Ela está fazendo limpezas
Na casa, quarto e cozinha
Tem um estilo de rainha
Suas atitudes são belezas

De boneca encantadora
É de fato sedutora
Não tira os olhos de mim
E fala com todo o jeitinho
Parece que implorando um carinho
Será um romance sem fim?

Escrito as 16:19 hrs., de 27/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

COMPUTADOR MOTORIZADO


Apesar da bunda doída
E da calça já espoída
Ainda me resta a cadeira
E o teclado do computador
Para criar versos de amor
Tomando um chá de cidreira

Pra mais de hora sentado
Ao computador motorizado
Viajando estrada a fora
Quero logo chegar num bar
Para quem sabe degustar
De um pastel feito na hora

Estou na estrada da ilusão
Tirando do coração
A inspiração que vem da alma
E tendo a vida serena
Fechando mais um poema
E encostando o computador com calma!

Escrito as 14:41 hrs., de 27/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

QUANDO


Quando a tarde se inicia
A gente parte a melancia
Renovando as esperanças
Ao entrar em cidade leste
O coração da gente se veste
E confere o par de alianças

Enfiado nos dedos de nós dois
O que vamos fazer depois
Ali logo que passar a ponte
Queremos um lugar pra namorar
Com ninguém pra nos incomodar
Pra gente se amar de monte

Quero uma cama forte
Pra que com muita sorte
Não desabe ao chão
Porque hoje o pau vai comer
Se essa cama gemer
A culpa toda é da paixão!

Escrito as 13:34 hrs.,27/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sábado, 25 de abril de 2020

NOITE DE QUARTO MINGUANTE




Dezenove e quarenta e três
Mais uma noite se fez
A lua em quarto minguante
Por tanto noite escura
Em se tratando de cultura
A poesia segue avante

Minha mão direita escreve
E eu fico vendo a neve
Do outro lado do mundo
Na tela da televisão
A beleza daquele mundão
E por lá o gelo vai fundo

Aqui fundo é a minha saudade
A nossa finalidade
É de tentar entender
Esse mundo em que vivemos
Tempo depois estaremos
No paraíso se merecer!

Escrito as 19:52 hrs., de 25/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

BELA


As músicas lindas que gosto
Eu ouço e posto
Dentro de minha alma
Sorvendo um chá de flores
E recordando de amores
Escritos em minha palma

E encravados no meu coração
Desde que ouvi aquela canção
Que falava o nome dela
Apaixonei e fui fundo
E com o maior orgulho do mundo
Eu conquistei a Bela

Era esse o nome
Que a vida inteira consome
Quando falamos ao ouvido
Estamos juntos na dor
E bem grudados no amor
Assim a vida tem sentido!

Escrito as 17:05 hrs., de 25/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

RAMALHETES



Hoje um tanto atrasado
Finalmente ao teclado
Começo a dedilhar na calma
Uma canção romantizada
Guitarra não desafinada
Inspiração que vem d’álma

De músicas de outras eras
Com ervas finas de primaveras
Flores pedindo a serem colhidas
Prediletas da bela dama
A uma alma que tanto ama
Ramalhetes de flores coloridas

Para brindar o meu caminho
A espera de um carinho
Vou anotando o tema
E arrumando na rima direta
Minha forma predileta
É assim que sai o meu poema!

Escrito as 16:19 hrs., de 25/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sexta-feira, 24 de abril de 2020

GATINHO MIMADO


Misturando fica mais gostoso
Um beijo ardente e saboroso
Uma bela de cada lado
Aí não tem pra ninguém
Elas sabem que comigo tem
E eu sou um gatinho mimado

Que gosta de carinho nos pelos
Quando passo a mão nos cabelos
Das duas gatas do beco
E arrasto uma ao barraco
A outra me chama de fraco
Eu respondo de um jeito seco

Com toda a sinceridade
O berço da minha felicidade
Está em vocês meninas
E por favor parem de brigar
E vamos subir e nos amar
Num barraco a traz das colinas!

Escrito as 16:32 hrs., de 24/04/20220 por
Nelson Ricardo Ávila

PLANTANDO AMOR


Consultando meus botões
Folhas caindo aos borbotões
Outono a todo o vapor
Viva eu e viva a vida
Sempre amada e querida
Continuo plantando amor

Porque amor é comigo mesmo
Com café, pão e torresmo
E o beija flor na minha janela
Trazendo fluídos de amor
De um mundo feito em cor
Com arroz doce e canela

Feito pela morena da copa
Que toda vez que ela topa
É um mergulho na emoção
Com aquele corpo nupcial
Belo molde escultural
Um oceano de paixão!

Escrito as 15:55 hrs., de 24/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

TENS QUE ME BEIJAR


Recuperando o tempo perdido
De o quanto tenho sofrido
Estando longe de você
Que só fica mexendo ao celular
Esquece que tens que me beijar
Por favor desliga essa tevê

E vamos ali na área conversar
Estou sedento de te amar
Desde ontem à noite na praia
Não sabes que temos bons assuntos
E que precisamos dormir juntos
Agora por favor tira essa saia

Que vestiste hoje de manhã
Retire também o sutiã
O resto deixa comigo
Quero beijar teu corpo inteiro
De fevereiro à janeiro
Sem você é grande castigo!

Escrito as 15:05 hrs., de 24/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quinta-feira, 23 de abril de 2020

O POETA DE UMA ERA


Agora eu vou pra quinta
Espero que você não sinta
Toda a emoção que eu sinto
Eu vou transando a poesia
Com um simples fio de alegria
E um cálice de vinho tinto

Das adegas de São Pedro
Que não tem gosto de azedo
Muito pelo contrario
Dá-me sensação de quero mais
Os vinhos clássicos são tais
Que estão nas páginas do meu diário

Eu um escrevente de mão cheia
Com a inspiração na veia
Serei o poeta de uma era
Para a vida inteira recitar
Mas vou mesmo aflorar
Na cama macia da Prima Vera!

Escrito as 20:14 hrs., de 23/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

MALAS DE ALEGRIA


Mais uma tarde descendo
E eu aqui bebendo
O chá das cinco com a rainha
No incrível palácio dos reis
Daqui a pouco serão seis
Quase chegando a noitinha

Onde a lua cor de prata
É pra mim a mulata
Que balança meu coração
A mulher mais linda do mundo
Caio no samba e vou fundo
Dedilhando o meu violão

Estou deixando esta terra
Adeus querida Inglaterra
Volto ao meu chão brasileiro
Do carnaval de todo o dia
Carregando malas de alegria
Chegarei ao retumbar do pandeiro!

Escrito as 17:20 hrs., de 23/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

O SHOW DO BONITÃO


A poesia recomeça
O que é bom a bessa
Som de guitarras e violões
Pessoas assistindo o meu show
Então agora eu vou
Distribuir uns bombons

Na plateia que me assiste
Melhor coisa não existe
Do que solar meu violão
Cantar e declamar ao microfone
Pessoas pronunciando meu nome
Eu te amo bonitão

No outro dia estou na estrada
Na combe velha depenada
Que se arrasta no asfalto
Meu amor na primeira fila
Bebo um gole de tiquila
E abro meu canto bem alto

Escrito as 14:38 hrs., de 23/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

NA IMENSIDÃO DO NADA


Mais então
Vai começar a emoção
Da poesia feita por mim
Eu alugo a mente humana
Por mais de uma semana
Mas é coisa que não tem fim

É na imensidão do nada
Que eu construo uma estrada
Que não tem fim nem começo
Vou invadindo o além tudo
Nesse espaço mudo
Que não tem nem endereço

Eu sou assim meio louco
E além de tudo bebo um pouco
Gosto de meter meu nariz
Naquilo que não sou chamado
Desculpem muito obrigado
Mas estou rindo de tão feliz!

Escrito as 13:00 hrs., de 23/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quarta-feira, 22 de abril de 2020

LAÇOS DA PAIXÃO


A poesia me diz respeito
Parece que pra isso tenho jeito
Por certo nasci com dom
Gosto de falar de amor
Mas agora por favor
Me passa a caixa de bombom

Esse recheado com mel
Larga o celular querida Bel
E venha adoçar-me a boca
Que o mel está em teus beijos
Vamos saciar nossos desejos
Com essa coisa tão louca

Encontro de homem e mulher
Que seja em lugar qualquer
Vamos desligar a televisão
Que o amor aqui pede passagem
Vamos morar nessa estalagem
Ligados pelos laços da paixão!

Escrito as 20:26 hrs., de 22/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

A DONA CAROLINA


Preciso me aligerar
Fazer a máquina prosperar
Que anda fraca a cabisbaixa
É minha moto envenenada
Já com a roda enferrujada
E sem gasolina na caixa

Largava a duzentos por hora
Mas acontece que agora
Anda no máximo a quarenta
Eu que sou dono dela
Já fechei a cancela
Mas ando a mais de setenta

Correndo em volta da praça
Pensando em buscar a caça
Que mora a traz da colina
Uma flor de coroa florida
Encerro mais uma corrida
Vou a traz da Dona Carolina!

Escrito as 16:44 hrs., de 22/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

PEDAÇO FEMININO


Mas agora entro em campo
E com jeitinho destampo
A gaveta da inspiração
Onde se guarda a semente
Pra que na terra quente
Se plante os grãos da paixão

Aquela morena do mercado
Do cabelo encaracolado
Com sorriso de liberdade
Deixou-me todo sem jeito
Coração bate no peito
Saltitando de felicidade

Entendi que vale a pena
Transformar em poema
Aquele pedaço feminino
Que faz brotar a inspiração
Estou tomado de paixão
O resto é por conta do destino

Escrito as 15:28 hrs., de 22/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

terça-feira, 21 de abril de 2020

O ESTRONDO DA PAIXÃO


Eu faço tremer o chão
Com um estrondo de paixão
Para além da atmosfera
Renascendo do abandono
Mandando embora o outono
Depois do inverno a primavera

Eu da guerra quero paz
De guerrear não sou capaz
Estou do lado do amor
Com muitos beijos na boca
Esta terra está mui louca
Quero calma por favor

E o fim da pandemia
Vou pra Roma mama mia
E Verona na barqueta
Que tudo esteja ao meu alcance
Quero refazer o romance
Entre Romeu e Julieta!

Escrito as 14:53 hrs., de 21/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

A GELATINA DA SAUDADE


Pegar a gelatina e já volto
Hoje à tarde me solto
Porque a poesia me espera
Vou saltar do avião
E pousar suave no chão
Mesmo sem primavera

Outono com folhas caindo
Agora já estou vindo
Com a gelatina na taça
Teclado do computador
Tenho aqui um ramos de flor
Porque a saudade não passa

De estar aos braços dela
Lindos cabelos da Isabela
Fomos vítimas do ciúme
Por isso ela foi embora
Saiu ao romper da aurora
Ainda sinto o seu perfume!

Escrito as 14:14 hrs., de 21/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

UM GIRO PELO MUNDO


Deixando a Capadócia
Eu entrei na Escócia
Andava pelo Reino Unido
De repente na Irlanda
O cheiro das flores da Holanda
Ouço um espécie de grunido

No coração africano
Logo depois do oceano
Era o gemido das raças
Aí me fui pra Nova Deli
Foi onde conheci a Sueli
Pipoqueira das praças

Então me juntei com ela
Viemos morar em Canela
Ali pertinho de Gramado
Ouvindo o canto dos passarinhos
Eu e Sueli aos carinhos
Estou feliz e apaixonado!

Escrito as 13:21 hrs., de 21/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

segunda-feira, 20 de abril de 2020

OS MARES DA VIDA




Levantei do lado de quem me ama
Ou quem sabe de quem me engana
Tudo isso é coisa que não importa
Para curar-me de algum impasse
Vou colher repolho e alface
Lá nos canteiros da minha horta

Agora são vinte e uma e quarenta e sete
Eu amo por demais a Bernardete
Mais ela me ama muito pouco
Nossa canoa balança no mar
Não sei se não vai afundar
Nesse oceano muito louco

Que são os mares da vida
Numa visão muito colorida
Eu abro a tela do passado
Que foi um grande mar de paixão
Descobri que no meu coração
A Bernardete é o meu amor guardado!

Escrito as 21:57 hrs., de 20/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

O BOTO ROSA FLOR



No rio de piranhas
Te levo as ganhas
O que eu quero são as sereias
De sutiãs e calcinhas
Essas são todas minhas
Que flutuam nas minhas teias

Sou o boto rosa flor
Carregadinho de amor
Das profundezas da esperança
Sou cheio de picardias
Que dou bola pras vadias
Fico bobo que nem crianças

Nas águas profundas dos mares
Dos pescadores a navegares
Cachaça de garrafa e meia
Nem que eu fique embriagado
Por demais apaixonado
Pela cauda de uma sereia!

Escrito as 20:29 hrs., de 20/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

TUDO COBERTO DE GELO


Eu nasci e vim do Alasca
Comigo ninguém tasca
Eu sou da flecha e da espada
E de origem mexicana
Criado a pão com banana
Me defendendo na estrada

Tudo ali coberto de gelo
Usando um casaco de pelo
E roupas de pele de urso
Sempre fui mexicano
Combatendo o americano
E tendo que atravessar o curso

Do rio em velha piroga
Esse mundo é uma droga
Quero voltar a Guadalajara
Levando uma norte americana
E a tratando bem na cama
Depois passando lhe a vara!

Escrito as 15:48 hrs., de 20/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

A CANOA DE CABRAL


Eu não sou o lobo mau
Mas estava a bordo da nau
Que transportava Cabral
Naquela velha canoa
Que pariu de Lisboa
E errou de canal

Mas agora chega de conversa
Que nessa vida perversa
Quem nos salvou foi Noé
Porque a arca não foi a pique
A bordo houve um pique nique
Com muito pão e café

Sou primo irmão de Colombo
E não é que levei um tombo
Lá do Elevador Lacerda
Sempre vivi na pobreza
Nunca soube o que é riqueza
Pois vivo sempre na merda!

Escrito as 14:55 hrs., de 20/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

domingo, 19 de abril de 2020

EU QUERO É SUMIR


Agora são quinze e cinquenta
O calor aumenta
E aumenta também a saudade
Saudade não sei de quem
De coisa boa que não vem
Ai meu deus que maldade

Eu vou–me embora pro nada
Morar numa casinha abandonada
Dessas que não tenha rede
Para o velho balanço
Pra dar aquele descanso
Mas a casa não tem parede

Também não tem teto
Cá pra nós é papo reto
Ela também não tem chão
É pra lá que quero ir
Na verdade eu vou é sumir
Para escapar da solidão!

Escrito as 15:56 hrs., de 19/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sábado, 18 de abril de 2020

PELO MENOS EM SONHOS


Eu quero dormir mas não sei
Quantos sonhos enterrei
E quantos sonhos não sonhados
O sonho de uma tigela de ervilhas
Num barraco por de traz das coxilhas
Quantos fios de cabelos branqueados

Na cabeça de um seresteiro
Quantos touros bravos num picadeiro
Eira touro eira bambino
Estou na Itália ou na Espanha
Tomando café e pão com banha
Pensando ser um prato fino

Com camarões caribenhos
Ou bacalhaus madrilenhos
Papa terras de Arroio do Sal
Ou da lagoa de Osório
No prato do poeta simplório
Com pensamento universal!

Escrito as 22:02 hrs., de 18/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

A MÁQUINA DE ESCREVER


Abri a máquina para escrever
E fazer acontecer
Entre o céu e a Terra
Aqui a máquina funciona
E a poesia não me abandona
Porque o tempo não emperra

E é pra frente que se anda
Sobre o compasso da banda
E meu pensamento grudado
As letras ao monitor
Uma carta para o meu amor
Sou rápido no teclado

São vinte horas em ponto
Tudo direitinho eu monto
Olhando o corpo da morena
Que fica piscando pra mim
O trabalho chega ao seu fim
E está pronto mais um poema!

Escrito as 20:03 hrs., de 18/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

ESTAMOS NO OUTONO


O corona vírus amola
E a coisa não desenrola
O mundo está perdido
Eu nem sei pra onde vou
Pois nada pra mim sobrou
Até o sol anda um tanto inibido

E não quer mais esquentar
No verão queria fritar
O inverno avisa que vem aí
Agora estamos no outono
Perdidos ao abandono
A sorte passou e eu não vi

A jardineira da felicidade
O mal espalhando maldade
Tirando o noves fora nada
O boêmio toca sua viola
Passarinho fora da gaiola
A arapuca está desarmada!

Escrito as 16:05 hrs., de 18/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

O DONO DA RUA


Um sono assim me cai
E então que a lucides se vai
E eu mal consigo enxergar
O que vejo a minha frente
E no não mais que de repente
Eu começo titubear

Daqui um pouco tudo passa
Eu deito-me na praça
Num reduto de grama
Depois de meia de cana
Se tudo não me engana
Eu faço ali a minha cama

Eu sou o dono da rua
De onde canto pra lua
E sapeco minha viola
E vou desfilando poesias
É assim todos os dias
Meu chinelo não tem sola

O pé é direto no chão
Divido um pedaço de pão
Com a curuvica de olho amendoado
Que vive ao meu redor
De sua vida eu sem de cor
Eu vivo ébrio e apaixonado!

Escrito as 13:57 hrs., de 18/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

sexta-feira, 17 de abril de 2020

PELOS MARES DE NETUNO


Sem água ninguém vive
Estes dias estive
Pelos mares de netuno
Oceano sem cabimento
Hospedei-me num regimento
Calcei meu bom coturno

Pra percorrer outros planetas
E guardei em muitas gavetas
Vario poemas esquecidos
Conhecendo vidas estranhas
Em planícies, serras e campanhas
Foram tempos bem vividos

Agora quero teu abraço
Vou alongar o meu paço
Para alcançar teu caminhar
Podemos andar juntos
É que temos muitos assuntos
Será que podemos conversar?

Escrito as 15:09 hrs., de 17/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila


NORMINHA


Retomando a normalidade
E viva a felicidade
A cima de tudo, viva eu
Viva o papagaio da vizinha
Aqui ao lado mora a Norminha
Coisa que Deus me concebeu

Porque dela não largo mais
Segundo todos os sinais
Prescritos em minha mente
A Norminha é um barato
Vive me chamando de gato
Por isso sou muito contente

Norminha meu ramo de flor
Coisa linda meu amor
Sobe aqui na jardineira
Vamos embora pro futuro
Que fica além daquele muro
Pra nos amar a vida inteira!

Escrito as 14:08 hrs., de 17/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quinta-feira, 16 de abril de 2020

COMER PITANGA TREPADO


Agora, quatorze e vinte e três
A quinta feira se fez
Com alguns raios de sol
E nuvens brancas no céu
E se foi ao beleléo
Entortou-se o meu anzol

E eu não posso pescar
No rio Guaíba navegar
Passear pela Rua da Praia
Ao lado do amigo Saulo
Ou no centro de São Paulo
Pegar um rabo de arraia

Nas águas do Tiete
Vou pra tonga do cabuletê
Comer pitanga trepado
E depois descer pra cantina
Cantar em namoro a menina
Que me deixou apaixonado!

Escrito as 14:33 hrs., de 16/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

EU QUERO O CHEIRO DAS FLORES


E mais um dia se faz
Esquecer o que ficou pra traz,
Eu acho que não
Sem essa de apagar o passado
Para um futuro projetado
A um som de uma canção

De Eduardo Vianello
Jogo fora o chinelo
E saiu no passo dançando
Como quem não quer nada
Eu amo estar na estrada
Dela já estou me aproximando

Deixando o barraco aberto
É a liberdade por certo
Eu quero o cheiro das flores
Na minha jovialidade
O prazer da felicidade
É viver muitos amores!

Escrito as 120:55 hrs., de 16/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

quarta-feira, 15 de abril de 2020

POR SOBRE A NUVEM BRANCA


Por enquanto ainda sem sono
Não atenho direito ao abono
Desses seiscentos reais
Não tem problema não
Enquanto que o avião
Segue os fins totais

Ao passo da mula manca
Por sobre a nuvem branca
Agora voa lá por riba
Com destino a Polentina
Ao lado da Palestina
Decolou de Curitiba

Depois das nuvens escuras
Irei pesquisar as culturas
Dentro do passo de harmonias
Deixarei lá minha rubrica
E meus versos em praça pública
Num extenso varal de poesias!

Escrito as 22:08 hrs., de 15/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

LOIRA, PERFUME DA MADRUGADA


Estou afim de uma balada
Pra bem de virar a madrugada
Salve, salve a luz do poste
Quero alguém para um bailado
O carro já está ligado
Embarque, e se encoste

Vamos a farra linda flor
Quero alguém pra chamar de amor
Nesta quarta pra quinta-feira
Se depender de mim
Ficarei até o fim
Pra bailar a noite inteira

O corona vírus eu mato
Com a sola do meu sapato
E veneno de inseticida
Venha loira safada
Com perfume da madrugada
Vamos nós curtir a vida!

Escrito as 21:19 hrs., de 15/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila


NUM BOTECO DE MIAMI


Me deitei mas não dormi
E agora estou aqui
Teclando as estrelas do céu
Poemar é meu destino
E isso é desde menino
Quando troquei meu chapéu

Por um pão com salame
Num boteco de Miami
Fazendo um frio de tremer
A mocinha que me serviu
Deu-me dum beijo e sorriu
Eu desmaiei de prazer

Nunca tinha me acontecido
Desde quando eu ter nascido
Num certo parque em Orlando
Ela sentou-se a meu lado
Então tornei seu namorado
Um beijo de amor a ela eu mando!

Escrito as 20:34 hrs., de 15/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

NO BARRACO DA PAIXÃO


Já estou de bunda cansada
De esmagar a marmelada
Na hora de rechear o bolo
Vou tomar banho e vestir a roupa
Estou com a voz rouca
E precisando de um consolo

Alguém que sente no colo
Que queira amar no solo
E apanhar coco no galho
Sou um coração sem dono
Já cansado do abandono
Na solidão me atrapalho

Sem direção nenhuma
Se tiver alguém que se apruma
Faça fila no meu portão
Tem lugar pra todo mundo
No quarto que fica ao fundo
Do barraco do meu coração!

Escrito as 16:27 hrs.,de 15/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

MEL NO FAVO


É cada coisa que escrevo
Sinceramente eu me atrevo
Nasci pra ser metido
Misturo tudo no tacho
E sabe o que é que eu acho
É isso que tem sentido

Já sei, ninguém entende nada
Minha canoa está furada
E não para de encher de água
Sei nadar e mergulho fundo
E que se dane o mundo
Não tenho remorso nem mágoa

Eu chupo o mel no favo
A plateia grita, “bravo”
Acho que vou pular da canoa
E mergulhar em tua direção
Pra beber nos teus lábios da paixão
Querida, vamos ficar numa boa?

Escrito as 15:48 hrs., de 15/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

HOMEM DE AÇO


Por enquanto uma só
Preciso limpar o pó
Da mesa do computador
Sentar em cima da almofada
Dessa taberna estrelada
Que é onde vive o meu amor

Tudo aqui é de aluguel
Quero uma taça, pão e mel
E sem café requentado
Eu moro no Planeta Terra
Sou um fugitivo de guerra
Agora subo ao tablado

Pra cantar e dizer poesias
Abeira do mar tem maresias
Por isso estou enferrujado
Eu sou o homem de aço
E uma das coisas que faço
É um bom poema rimado!

Escrito as 14:49 hrs., de 15/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

A NAVE DA UTOPIA


Hoje não cheguei junto
Agora trago um assunto
Pra transformar em poesia
O frio chegou chegando
Estou aqui embarcando
Na nave a utopia

Quero ir ao fim do nada
Seguir por uma estrada
Cravejada de diamantes
Quero encontrar com meu eu
Até agora nada aconteceu
Nesses anos tão elegantes

Perdido estou nesse mundo
Mas o meu orgulho vai fundo
Que nem sei o que dizer
Mas chega de papo furado
E o poema está formado
Sobre a vida que me dá prazer!

Escrito as 11:34 hrs., de 15/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila