terça-feira, 14 de abril de 2020

RABISCOS



Rabiscos em papel de pão
Escrevendo mesmo no chão
Com pedaço de galho seco
Sou o poeta da favela
Querendo escrever pra ela
Que mora no outro beco

Que fala com vozinha rouca
É quem lava a minha roupa
Sem me cobrar um tostão
Reconhecendo a pobreza
Ninguém vive na riqueza
A gente honra o próprio chão

Com tendências de poeta
Apaixonado pela neta
Do vendedor pipoca
Quero essa gata na minha cama
Dizendo que me ama
E zelando pela nossa toca!

Escrito as 14:32 hrs., de 14/04/2020 por
Nelson Ricardo Ávila

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