quarta-feira, 27 de maio de 2009

VELHO
TIÇÃO

VELHO FOGO DE CHÃO
ONDE O ARDENTE TIÇÃO
PROPORCIONAVA O BRAZEDO
COM TANTA LENHA E GRAVETE
PRA ASSAR MILHO CATETE
PELA MANHÃSITA BEM CEDO

INVERNO DE RENGUIAR GUAIPECA
ENTÃO O JEITO ERA GASTAR SECA
E MUITA CONVERSA FIADA
ERA SÓ GENTE FAZENDO PLANO
ENQUANTO SOPRAVA O MINUANO
E OS CAMPOS BRANCOS DE GEADA

OS QUERO-QUERO NA COCHILHA
O BERRO DE ALGUMA NOVILHA
SE QUEIXANDO DO FRIO
O MOTOR DE UMA LANCHA CASTELHANA
OU ENTÃO ALGUMA CHALANA
SUBINDO OU DESCENDO O RIO

LABAREDA FOGO DE CHÃO
ESQUENTAVA TODO O GALPÃO
MANTIMENTO NO BALAIO
POIS TINHA TUDO LÁ EM CASA
MILHO VERDE NA BRASA
E MANDIOCA NO BORRAIO

PARA O DESCANSO E O SOSSEGO
UMA CAMA DE PELEGO
E O LUMBILHO DE TRAVESSEIRO
AQUELE TIÇÃO QUEIMANDO
E OS MESES IAM PASSANDO
E SE IA O INVERNO INTEIRO

CHALEIRA PRETA CASCO GROSSO
SÃO MINHAS LEMBRANSAS DE MOSSO
GAROTÃO MUITO AFOITO
DESSES CRIADO EM GALPÃO
AO RONCO DO CHIMARRÃO
DOS IDOS DE CINQUENTA E OITO.

ESCRITO EM 26/05/2009 POR
VAINER DE

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