sexta-feira, 17 de abril de 2009

pétalas
de flores

Ai que saudades do meu pago
vou inté beber um trago
pra espantar essa tristeza
meu trabalho não me cansa
carrego sempre a esperansa
de conquistar a riqueza

pensando bem eu concluo e fico
conformado pois sou rico
tenho saúde bastante
ao tranquito de madrugada
pachola e de cola atada
lua cheia ou minguante

cara feia pra mim é fome
não me assusto de lubisome
pra tudo sou sempre afoito
sejam loiras ou morenas
entro arrastando as chilenas
com um baita trançado de oito

sou louco por um cambicho
chego e mando fechá o bolicho
e bem esquentado eu falo
arripiado que nem pelincho
atiro pra traz meu pala
e já vou sapecando bala
botando um baita Bochincho

sou amigo do povo
mas frangote novo
não sisca no meu terreiro
sou matungo mal domado
e este lenço encarnado
me revela um missioneiro

mas hoje os tempos são outros
e as patas da queles potros
já não trilham os meus tempos
hoje são outros valores
são pétalas de flores
despetalando ao sabor dos ventos.

editado em 16/04/2009 por
Vainer de Ávila

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