terça-feira, 7 de abril de 2009

SAGA DE
TROPEIRO

ENQUANTO O BUGIO RONCA
O TROPEIRO APRONTA
OS APETRECHOS DA ENSILIA
RASQUETEIA O ANIMAL
DÁ O MILHO NO EMBORNAL
AO MELHOR DA TROPILHA

A ÁGUA QUENTE NA COMBONA
RELINCHA A REDOMODA
O PEÃO SORVE O CHIMARRÃO
CANTA O SABIÁ GRITA A GRÁLIA
ACENDE O CIGARRO DE PALHA
E ENCILHA O PINGO ALASÃO

LÁ VAI O TROPEIRO GAÚCHO
NO SEU SISTEMA SEM LUXO
AO TRANQUITO NO MÁS
SENTINDO O SOPRO DOS VENTOS
LEVANDO RECUERDOS NOS TENTOS
DE UMA PASSADO QUE FICOU LÁ A TRÁS

O TROPEIRO DAS MADRUGADAS
RONDA O GADO PELAS ESTRADAS
NOS CORREDORES DA ILUSÃO
SENTIDO O CHEIRO DE ESTRUMES
SE AVIZINHANDO AOS VAGA LUMES
NA BRUME DA ESCURIDÃO

VELHO PAMPA SEM DONO
RELEGADO AO ABANDONO
DO MUNDO CIVILIZADO
NOS CONFINS DO CHÃO BRASILEIRO
SURGE ENTÃO O TROPEIRO
REPONTANDO TROPAS DE GADO

HOJE O TROPEIRO DESCANSA
E NO GIRAU DAS LEMBRANÇAS
ESTÃO OS APEROS DA SAUDADE
NÃO EXISTEM MAIS TROPEADAS
SÃO PAGINAS VIRADAS
NA MARCHA DA HUMANIDADE.

ESCRITO EM 06/04/2009 POR
VAINER DE ÁVILA

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