segunda-feira, 21 de março de 2011


O desespero de um galo


Já não saio mais de casa
O galo quebrou a asa
E também uma das puas
Eu sou um galo carijó
Já apanhei de um socó
A muito abandonei as ruas

Quando era galo novo
Eu incendiava o meu povo
Com um andar debochado
Era o rei do galinheiro
E ao chegar no rinhadeiro
Era puaço pra todo lado

Nunca perdi uma rinha
E fazia uma galinha
Botar ovo pelo bico
E sem fazer lorota
Traçava qualquer frangota
Porem hoje eu pago mico

Tão me cobrando a quirela
Já compraram uma panela
Que cabe dentro um galo
E não posso voltar a trais
Nem cantar eu canto mais
De madrugada eu me calo

A minha batata esquenta
Vão me comer com polenta
Servido numa tigela
Pela ultima vez eu falo
É o desespero de um galo
A caminho da panela.

Escrito as 15:21 hrs., de 21/03/2011 por
Vainer Oliveira de ávila

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