sexta-feira, 6 de maio de 2011


Ébrio poeta


E assim vou dizendo ao mundo
Que sou um eterno vagabundo
Poeta romântico e conquistador
Perdido como um cão sem dono
Na crueldade do abandono
Sonhando com um grande amor

Essa minha vida esquisita
Qual maluca que se abilita
A se encostar num pobre traste
Mas quem sabe ele muda
Dessa bebedeira aguda
Quem quiser que o arraste

Esses dias La no calçadão
Rodeado pelo povão
Declamava versos de memória
Distribuindo tanta alegria
Sim pois pra isso tem serventia
E ele então se sente no reino da gloria

Seu palco é em baixo do céu
E ele abre o velho chapéu
Pra que ali caia uma esmola
E pra que o schou não fique de graça
Fez amizade com um parceiro de cachaça
Que também bebe mas toca viola

E assim vai levando a vida
Nessa sina mui sofrida
De teatino sem heira nem beira
Perdeu os pais ainda menino
É minha gente o maldito destino
Não é que lhe aplica uma rasteira

As vezes chora pelos cantos
Por já ter perdido os encantos
Enxuga os olhos e desperta de novo
Volta ao centro da praça
Ébrio curtido da cachaça
Mas que ainda declama pra o povo.

Escrito as 07:27 hrs., de 06/04/2011 por
Vainer Oliveira de Ávila

Nenhum comentário:

Postar um comentário